Qual a real finalidade da meditação?

29/04/2022

Quando nascemos, nos vemos separados de Deus e começamos a acreditar que tudo que é real, é aquilo que vemos à nossa frente, que sentimos com o nosso corpo e entendemos com a nossa mente. Não somos levados ao verdadeiro sentir, somos levados para distante de nós e aproximados dos outros e do mundo que vemos com nossos olhos. O que dá uma grande aflição pois, nos sentimos sozinhos e perdidos.

Começamos a querer controlar a vida. Tudo que conseguimos com isso, são emoções que nos levam a fazer escolhas doentes, que nos traz dor e agonias. Por que isso acontece? Acontece porque nossa mente é uma grande potência que foi criada para nos manter vivos nesse mundo ilusório. Mas a mente, ela tem uma capacidade absurda de desviar e confundir nosso ser, pois ela é contaminada com todas as suas façanhas estratégicas e ilusórias. A mente, ela não para nunca! Ela não pode parar, ela foi construída para servir a alma nessa jornada, ela é fundamental a nossa vida, o grande problema são os pensamentos que ela produz e como nós nos identificamos com eles.

Como nós nos identificamos com a mente, geramos sentimentos e esses sentimentos, são capazes de gerar emoções que confundem nossa forma de interpretar a vida, gerando assim, muitos medos e ansiedades que nos projetam para um futuro inexistente.

Nos perdemos de nós mesmos e começamos a adquirir identidades que cada dia nos isola de quem realmente somos, desenvolvemos comportamentos tóxicos e condicionados, adotamos padrões de comportamento que achamos que nos salva deste mundo que julgamos ser cruel. 

O que gera ainda mais sofrimento no homem, não é o problema em si, mas o julgamento que fazemos desses problemas. Como não estamos conscientes, julgamos tudo o que nos acontece através de uma cabeça cheia de nuvens de insegurança. 

Somos capazes de escolher nossos pensamentos, somos capazes de escolher que vida queremos ter, somos capazes de ter uma vida plena e totalmente feliz. A mente, a sua verdadeira essência, foi criada para nos dar essa lucidez da vida, porém a mente tem a mesma capacidade de nos confundir por causa dos alimentos que damos a ela.

Que alimentos são esses? Tudo que vemos, ouvimos e experimentamos. Temos dentro de nossa cabeça, pensamentos, crenças, ideias, valores que não são realmente nossos, mas que foram vividos e absorvidos por outras pessoas das quais, nós acreditamos e tomamos como nosso.

Precisamos saber o que somos e quem somos, descobrir nossa real capacidade e se tornar conscientes e presentes para que nossa mente trabalhe a nosso favor e não contra a nós.

A finalidade da meditação é desenvolver a capacidade de viver conscientemente e se liberar do processo de sofrimento que, dia após dia, repetimos: os mesmos padrões de pensamento, de comportamento e ação. Podemos aprender técnicas que nos ajudem a comandar com consciência a nossa própria vida, para que então os automatismos se dissolvam e surja a liberdade de ser quem realmente somos.

Um dos sintomas de maior consciência é a possibilidade de romper o sentido da dualidade. É sentir que somos diferentes do que pensamos e manifestamos. Conseguir separar o que somos do que os outros pensam que devemos ser eliminando todos os conflitos duais que temos em nosso interior. A meditação nos dá uma oportunidade de realizar isso. Porém é preciso experienciar e isto é um processo de aprendizagem.


Quando iniciamos a meditar algumas coisas tendem a acontecer:

O primeiro é a ansiedade por estar sentado e quieto. Por isto, é aconselhável antes, praticar uma série de exercícios, que ajudarão a desbloquear as energias físicas, equilibrando-as, de modo que ao começar a meditar, as energias físicas estejam harmonizadas, o sistema nervoso, o mais tranquilo possível, para que possa permanecer quieto e meditar.

O segundo é o diálogo interno que será despertado. Deixe passar todos os pensamentos e comece a desapegar-se deles, imaginando simplesmente que é um filme, ou um gravador que você está simplesmente assistindo ou escutando. Deixe que os pensamentos venham e passem, mas quando prender-se a um deles, deixe passar e, pouco a pouco, esse diálogo interno irá se aquietando.

Meditação é um estado de consciência. É uma dimensão do próprio ser. Portanto não é algo que se faz. As técnicas meditativas visam criar condições para esse estado acontecer. É como retirar as nuvens para que o céu claro apareça.

Existe várias técnicas meditativas que te levam a entrar no processo da meditação. Aqui vou te dar uma das mais desafiadoras, porém, se você se dispor, vai sem dúvida alguma ter mais e mais intimidade consigo mesmo e conseguirá aos poucos não se identificar com os seus pensamentos.

Três passos para começar:

1. Busque uma postura confortável

Você não precisa necessariamente começar a meditar com a postura "típica", de pernas cruzadas, a qual circula pela internet. Sentar-se no chão com as pernas esticadas ou em uma cadeira pode ser mais confortável para quem está aprendendo como meditar.

O elemento mais importante é a coluna ereta. Por isso, nas primeiras tentativas, mantenha as costas contra a parede ou o encosto da cadeira.


2. Foque na respiração profunda

A respiração é um dos principais elementos da meditação. É através dela que as pessoas aprendem como meditar. Respirar profundamente envolve inalar o ar com a barriga e o tórax, expirando lentamente. Para ajudar nesse processo, segure o ar entre três a cinco segundos antes de exalar.


3. Mantenha-se completamente imóvel, aconteça o que acontecer.

Evite movimentos e aprenda a superar os desconfortos que virão com a imobilidade. Para cada pensamento que é fabricado em nossa mente, um movimento corporal é solicitado, então, quando você fica na imobilidade, sua mente sente desconforto e começa a lhe dar gatilhos como dormências, dores, coceiras e por ai vai. Não se entregue e continue focado em sua respiração e tente se concentrar no centro de sua testa mesmo com os olhos fechados.


Observe os pensamentos..

Deixe as preocupações com a família, emprego, relacionamento, filhos e amigos passarem por você. Coloque-se na posição de observador e não se apegue a elas.

A tentação de raciocinar cada pensamento pode ser grande no início. Lembre-se que estamos ainda condicionados e tendemos a querer resolver tudo com nossos pensamentos. Pratique a entrega e aceite deixar tudo nas mãos da criação e experiencie não estar no controle pelo menos durante o seu processo meditativo.

Você ainda pode sentir-se ligeiramente estressado no fim da meditação, mas tudo bem. Tente novamente até conseguir se desapegar.